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O primeiro sinal é a linguagem que se desfaz, se confunde, se reinventa; a narradora olha para John, seu pai, e se pergunta: O que havia em sua cabeça? Se fechava os olhos, ou quando sonhava, visitava um mundo figurativo? . Este ensaio autobiográfico acompanha a experiência de um pai sofrendo de demência aos olhos de sua filha, os dois gradualmente afastados pela memória vacilante, pelos gestos em falso de John o extravio da língua uma língua que minguava e reaproximados então pelas revisitas constantes ao passado, a uma pátria anterior, a uma língua materna. Julia de Souza recorre a uma sensibilidade peculiar, ao movimento do arqueólogo que delicadamente encontra estilhaços sob os farelos do tempo, para construir uma narrativa tão íntima quanto honesta, tão sóbria quanto lírica. Compõe-se aqui um autorretrato por meio do outro, uma leitura de si pela transformação do olhar alheio Temos as mesmas iniciais, e principalmente a forma como escrevo a letra J é muito semelhante à de John. Julia de Souza, escrevo repetidas vezes com a caneta azul. Tento forjar a assinatura do meu pai, como chegamos a fazer algumas vezes quando ele já não conseguia escrever. John Manuel de Souza. John de Souza. John . Mergulhamos, enfim, no vazio revolto onde se fincam as raízes da memória, a memória dos seres e objetos que já passaram por este mundo e que, como tudo o que é matéria, sempre correm o risco de desaparecer .
Ficha técnica
- Título: John
- Autor/a: DE SOUZA, JULIA
- Marca: Ayiné
- Área: Biografias e Memórias
- Idioma: PORTUGUÊS
- Nº de páginas: 110
- Ano: 2023
- Peso: 0.35
- Encadernação: Livro brochura (paperback)
- Formato: 14,0 x 20,0 x 1,0
- ISBN: 9786559981328